Sobre sonhos e a coragem

Nessa semana fiz uma apresentação sobre minha trajetória profissional como docente para uma turma de estudantes da Engenharia Mecânica da UFSC. A disciplina se chama: EMC6200-10203 (20241) – Construindo Carreira em Engenharia.

A disciplina tem por objetivo discutir os desafios presentes e futuros da Engenharia e o perfil profissional e aborda temas como metodologia de planejamento de carreira, visão das empresas especializadas em recrutamento e seleção, habilidades comportamentais, métodos de avaliação, transformação digital na Engenharia, Conceitos e Práticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), visão de líderes empresariais, pesquisadores e profissionais de destaque.

O honroso convite partiu do prof. Dr. Sérgio Gargioni, que aos 75 anos continua inovando na educação.

Além de minha apresentação a prof. Dra. Márcia Mantelli da UFSC contou sobre sua trajetória profissional. Ao final foi possível responder a algumas perguntas dos estudantes.

Preparei um vídeo de apresentação para os alunos:

Desde os meus primeiros dias no escritório de engenharia em Marília, nos idos de 1983 aos 13 anos, aprendi que a beleza da arquitetura e a solidez das estruturas de concreto dependem tanto da inspiração do desenhista quanto da precisão do cálculo. Cada linha que desenhava como Auxiliar de Desenhista, eu estava, sem saber, esboçando o contorno da minha futura carreira. A passagem para a Universidade Federal de Santa Catarina não foi apenas uma transição geográfica, foi o momento em que o estudante se tornou mestre, e o desenho técnico abriu caminho para o fascinante mundo da Engenharia Mecânica. Os anos de 1989 a 1993 foram de imersão nos estudos e trabalho árduo, mas cada desafio superado era um tijolo a mais na construção do meu percurso profissional. Minha graduação abriu as portas para o ensino. Como professor na Escola Técnica Federal de Santa Catarina, encontrei minha vocação. Nas salas de aula e laboratórios, compartilhei conhecimento sobre Projetos de Climatização, Instalações de Refrigeração e Ar Condicionado, Mecânica dos Fluidos, Estatística e Mecânica dos Sólidos. Não ensinei apenas conteúdos, aprendi com cada interação, cada dúvida esclarecida, cada ideia debatida. A sala de aula expandiu-se para a gestão educacional, onde assumi diversas responsabilidades que me desafiaram e me fizeram crescer. Desde coordenar cursos técnicos a liderar instituições como IFSC, IFPR e IF-Farroupilha, busquei transformar cada oportunidade em melhorias concretas para o ensino e aprendizado.
O compromisso com a educação me impulsionou a buscar constante atualização. Especializei-me em áreas como Políticas Públicas e Empreendedorismo na Educação Profissional, mergulhei no estudo da Eficiência Energética e segui adiante com um Mestrado em Ciências Térmicas e um Doutorado em Geografia, com foco em desenvolvimento regional. Minha jornada profissional é uma coletânea de boas experiências. Publiquei livros e materiais didáticos que refletem minha paixão pela educação e pela minha área de especialidade. Neste caminho, nunca parei de aprender, e agora, enquanto exploro as possibilidades das novas tecnologias educacionais, sei que o aprendizado é um ciclo contínuo, um fluxo constante como os princípios da Mecânica dos Fluidos que tanto admiro. Texto escrito pelo ChatGPT4 a partir do blog: jesuegraciliano.wordpress.com

Para conhecer mais sobre Dra. Marcia Mantelli.

Atenciosamente,

Prof. Jesué Graciliano da Silva

Poder, governança e contenção

No ano passado fiz o convite para que Dr. Francisco Bessa viesse ao IFSC falar de Governança no I Seminário de Governança e Integridade. Já há algum tempo venho me preocupando com a questão da contenção daqueles que detêm o poder. Quando não há contenção de poder o resultado é a tirania. Ao final do Seminário ele fez um resumo que estou transcrevendo a seguir: Penso que suas palavras cabem perfeitamente nesse momento político em que são discutidos os limites de cada poder de nossa República.

A contenção de poder dentro do conceito de governança refere-se às práticas e mecanismos utilizados para limitar ou controlar o exercício do poder dentro de uma organização ou sistema. Essa ideia é fundamental para garantir que o poder não seja concentrado em um único indivíduo ou grupo, evitando assim abusos, corrupção ou decisões arbitrárias. Alguns dos principais elementos da contenção de poder na governança incluem:

Separação de Poderes: É a divisão clara das funções e responsabilidades dentro de uma organização entre diferentes órgãos ou indivíduos, como executivo, legislativo e judiciário. Isso ajuda a evitar a concentração excessiva de poder em uma única pessoa ou área.

Sistema de Checagem e Balanços: Envolve a criação de mecanismos que permitem que diferentes partes da organização monitorem e fiscalizem umas às outras. Por exemplo, um órgão de controle interno pode verificar as ações do executivo para garantir conformidade com as políticas e regulamentos estabelecidos.

Transparência: Garantir que as informações relevantes sobre as decisões e atividades da organização sejam acessíveis a todas as partes interessadas, como funcionários, acionistas e o público em geral. Isso ajuda a reduzir o potencial de comportamentos inadequados ou injustos.

Responsabilização: Estabelecer processos claros para responsabilizar os indivíduos ou grupos pelo uso adequado do poder e pela tomada de decisões. Isso pode incluir auditorias independentes, avaliações de desempenho e mecanismos de prestação de contas.

Participação e Consulta: Incluir diferentes partes interessadas no processo de tomada de decisões para garantir uma representação ampla de perspectivas e interesses. Isso ajuda a evitar que um único grupo domine as decisões e promove uma governança mais inclusiva e equitativa.

Em resumo, a contenção de poder na governança é essencial para promover a transparência, responsabilidade, equidade e eficácia nas organizações, reduzindo os riscos associados ao abuso de poder e à má conduta.

A seguir estou transcrevendo alguns minutos da fala do Dr. Francisco Bessa no IFSC.

“Governança tem a ver com os ritos e a disciplina dos ritos. Eu acho que isso é fundamental para nós militarmos na área pública. Por outro lado, nós temos que garantir a essência. Voltando para o início do que eu estava comentando com vocês, quando a gente fala da essência, nós estamos falando da busca pelo interesse público. Eu tinha dito, num determinado momento que a integridade é um atributo. Nós queremos um IFSC mais íntegro. Parece um discurso de campanha. Mas eu não sou candidato a reitor em coisa nenhuma. Mas no final das contas, a gente quer que essa organização seja mais inteira. Eu vou me apropriar, para fechar, das palavras do ministro da CGU. Nós temos acompanhado o ministro da CGU, que tem feito diversas intervenções lá em Brasília por conta dos lançamentos dos programas de integridade. Hoje mesmo, agora à tarde, está tendo o lançamento do programa de integridade do Ministério do Planejamento. Nós do Ministério da Gestão lançamos em Maio. Na semana que vem, o Ministério da Fazenda vai lançar. O ministro Vinícius tem dito que integridade tem a ver com legitimidade. Uma organização é íntegra quando ela tem legitimidade. A legitimidade de vocês tem a ver como as partes interessadas lhes veem. Aí, não adianta só parecer. E o outro adjetivo que o ministro Vinícius usa é resiliência. Mas resiliência, no seu sentido clássico, ou seja, essa organização sofre pressão, mas ela consegue voltar ao seu status original. Essa organização sofre pressão de falta de dinheiro, de falta de orçamento, e ela consegue… veja bem, eu não estou defendendo aqui que vocês se acostumem a fazer sempre mais, não quero assumir aquele discurso da eficiência, fazer mais com menos, não é isso. Mas é a resiliência no sentido das pressões, quaisquer que sejam elas, que podem ser pressões, por exemplo, como limitação orçamentária. Mas podem ser pressões de natureza político-institucional, podem ser pressões decorrentes da atuação de supervisão ministerial, podem ser diversas pressões. A resiliência é essa organização que recebe a pressão, mas ela não paralisa. Então, resiliência é não paralisar quando eu recebo a pressão, eu volto à minha condição original sem perder de vista a busca sempre das melhores condições para trabalhar. Então vejam que é uma dimensão de integridade ampliada. E tem um terceiro elemento que o ministro Vinícius coloca quando a gente fala de integridade, uma organização íntegra não é só uma organização onde não há corrupção. Eu vou repetir, e quem quiser checar pode dar uma olhada que vocês vão encontrar o ministro Vinícius falando isso. O que ele quer dizer é que uma organização não ter tido nenhum caso de corrupção, essa eu posso atestar e afirmar que essa organização é íntegra, não necessariamente. A integridade é um conceito mais amplo, portanto, que passa pela legitimidade, pela resiliência, e por um conjunto de elementos novos que estão sendo, neste momento, trabalhados. Quando eu digo neste momento, é no momento presente, nesse momento ou nesse ano. Gente, eu dou um exemplo concreto. Há ações lá no ministério onde estou atuando, que é o MGI, que têm sido endereçadas pelo programa de integridade. Têm sido ações de prevenção e combate ao assédio moral, sexual e institucional. E se você me perguntasse há 3 anos atrás, há 4 anos atrás, há 5 anos atrás, eu não identificaria o tema do assédio como um tema do escopo da integridade, porque a integridade parecia sempre o tema de prevenção da fraude, da corrupção. Então, a terceira mensagem que o ministro tem passado é essa: não é só porque você não teve fraude ou corrupção que você é uma organização íntegra. A integridade passa por um conjunto de atributos adicionais e tão importantes. Não quero minimizar também. É o seguinte, gente, agora pode ter fraude, corrupção, né, locupletando todos. Não, não é isso. Mas não é só não ter fraude ou corrupção que caracteriza uma instituição íntegra. Então, integridade, adjetivo, aquilo que a gente busca para nossa organização. Governança é o conjunto disciplinado de ritos com aparência e com essência ética, conjunto de valores compartilhados pelas pessoas que fazem essa organização, conjunto de valores compartilhados voluntariamente, racionalmente e criticamente. Não é só porque está no banner, mas está no banner é fundamental. Não é governança ética e integridade simbólico que pode virar concreto. Aí eu termino com Ivan Lins. Depende de nós. Sempre depende de nós” (BESSA, 2023).

Precisamos cada vez promover a boa governança pública. Governança refere-se ao conjunto de práticas, processos, políticas e estruturas utilizadas para garantir que uma organização, seja ela pública ou privada, seja bem gerida, transparente, responsável, e capaz de alcançar seus objetivos de forma eficaz e ética. Isso envolve a definição clara de responsabilidades, a implementação de mecanismos de controle e monitoramento, a promoção da transparência e da prestação de contas, e a busca pela conformidade com normas, regulamentos e padrões de conduta. Em essência, a governança visa assegurar que a organização atue de maneira ética, legal, eficiente e em benefício de todas as partes interessadas, sejam eles colaboradores, acionistas, clientes, fornecedores ou a sociedade como um todo.

Atenciosamente,

Prof. Jesué Graciliano da Silva